Perdas nas redes de abastecimento de água

Considerando índices de perdas que em média são do 44% na Bacia Metropolitana, 30% na Bacia Acaraú e 47% Bacia Salgado, a quantidade total de água perdida por a ineficiência da rede de abastecimento é de 213 hm3 / ano.

 

Os sistemas de abastecimento de água, por sua complexidade, embutem um determinado grau de perda da produção. Aliada a isso, a infraestrutura antiga comum aos sistemas de abastecimento de água em muitos municípios brasileiros tem como conseqüência maiores problemas de manutenção e índices maiores de perdas de água, especialmente por conta dos efeitos resultantes do descuido nas atividades de conservação.

Além das perdas econômicas derivadas para as empresas de saneamento básico, as perdas de água supõem um custo social quando consideramos que a água está se tornando um recurso cada vez mais escasso, tanto devido à poluição dos mananciais de abastecimento como devido ao incre-mento da recorrência dos períodos de seca extrema.

Estima-se que em média, os valores das perdas beiram os 40% no Brasil, decrescendo, mas a uma velocidade baixa. A cada 100 litros de água coletados e tratados, em média, apenas 63 litros são consumidos. As perdas derivam dos vazamentos, roubos e ligações clandestinas, faltas de medições ou medições incorretas no consumo de água. Essas perdas estimam-se ter um custo agregado para o Brasil aproximado de R$ 8 bilhões.

 

Cenário de perdas de água das operadoras de água

Fonte: IBNEF

 

Para a determinação do índice de perdas na rede de distribuição utilizam-se os dados facilita-dos pelo Ministério das Cidades (SNIS). Esse índice é fornecido em nível de municipalidade, resultando em índices de perdas que em média são do 44% na Bacia Metropolitana, 30% na Bacia Acaraú e 47% Bacia Salgado.

 Assoreamento de reservatórios Bacia Metropolitana  Bacia Acaraú  Bacia Salgado 
 Perda de recursos hídricos (hm3 / ano) 164 hm3 14 hm3  35 hm3

 

Aplicam-se esses índices de perdas aos consumos totais nas redes de abastecimento para obter a água total subministrada pelo industrial. Da diferença entre a água subministrada e os consumos, obtém-se as perdas. Concretamente, para a Bacia Metropolitana resultam 374,4 hm3/ano; na Bacia Acaraú 46,7 hm3/ano; e na Bacia Salgado 75, 6 hm3/ano.

A melhoria das redes de distribuição de água é um elemento crítico. Havendo um incremento provável no consumo de água ligado ao crescimento econômico da região Nordeste e ao crescimento da atividade turística, os volumes necessários para abastecer os cidadãos e os negócios vão ter que aumentar considerando essas perdas. Portanto, numa região sofrendo de déficit hídrico e no contexto da mudança climática se faz necessária a ação. Ainda que as perdas possam ser eliminadas quase sempre, sempre existe um verdadeiro nível de perda em qualquer sistema de fornecimento de água. Esta quantidade é conhecida como perdas reais anuais inevitáveis (PRAI). Os quatro métodos de intervenção centrais para combater as perdas reais de água são a gestão da pressão da rede, o controle ativo das fugas, a velocidade e qualidade das reparações e a melhoria de gestão da infraestrutura.

A enorme quantidade de água perdida por vazamento e redes de distribuição urbana de água (perdas físicas) e os volumes de água distribuídos sem a faturamento (as perdas de água aparentes) podem ser elementos que complicam a situação de fornecimento de água, especialmente em transição. As conexões ilegais e os erros de medição e contabilidade podem ser de grande importância também para as empresas de água.

 

Consultar a tabela de índice de perdas de água nas redes de abastecimento