Desperdício de água por assoreamento de reservatórios 

Considerando a capacidade e a antiguidade dos reservatórios do Ceará, atualmente a capacidade de armazenamento total das três Bacias poderia estar reduzida em entre 360 hm3 e 400 hm3. Estima-se que no Brasil, a perda anual de volume dos reservatórios por assoreamento é de aproximadamente 0,5% da capacidade a cada ano.

 

Usamos uma estimativa conservadora da perda de capacidade dos reservatórios por assoreamento de 10% da capacidade das barragens para cada Bacia. Estima-se que no Brasil, a perda anual de volume dos reservatórios, é de aproximadamente 0,5% da capacidade a cada ano. Estudos recentes no reservatório dos Três Irmãos (SP) mostrou uma variação do volume útil de 14,5%.

Estudos do Conselho de Recursos Hídricos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos indicam que 33 dos reservatórios construídos nesse país desde 1935 apresentam perda de volume que variam entre 25% e 50% em função do seu assoreamento; 14 dos reservatórios apresentam perda de volume que variam entre 50% e 75%; enquanto 10 perderam já perto de 100% de seu volume (VANONI, 2006).

 A estimativa do estudo pode ser conservadora em vista da antiguidade de um número significativo de reservatórios nas bacias hidrográficas em estudo. Concretamente, aplicou-se sobre os maiores reservatórios das três bacias o valor de uma perda de volume por assoreamento de 0,5% anual, havendo sido pesquisada a idade destas infraestruturas hidráulicas. Os resultados mostrariam um valor de perda de capacidade de perto de 400 hm3, só para 12 reservatórios que concentram o 45% da capacidade teórica do sistema. O volume total perdido seria em média de 24%, ainda se esse valor é muito ligado ao feito que o maior reservatório das Bacias (Araras) tem uma idade de 58 anos.

 

 Assoreamento de reservatórios Bacia Metropolitana  Bacia Acaraú  Bacia Salgado 
 Perda de recursos hídricos (hm3 / ano) 137 hm3 171 hm3  49 hm3

 

A estimação com precisão do volume perdido num reservatório requer estudos batimétricos contrastados com dados históricos ou projeções de capacidade, ou a elaboração de estudos especializados para a aplicação de metodologias estimativas substitutivas. Muitos reservatórios de usinas hidrelétricas operam com dados defasados devido, principalmente, ao contínuo processo de assoreamento. Este fato faz com que as políticas de gestão e operação destes reservatórios sejam realizadas a partir de dados diferentes dos encontrados na realidade.

 

Consultar a tabela de Reservatórios e capacidade associada em cada Bacia