Déficits de abastecimento de água potável

Entorno a 750.000 pessoas não têm ligação as redes de abastecimento no âmbito de estudo. O risco para a saúde das pessoas derivado do consumo de águas de fontes não regularizadas é valorado em R$ 175 milhões anuais aproximadamente.

 

A contaminação das águas tem uma componente significativa resultante de ações antrópicas comuns, como a disposição inadequada de resíduos sólidos, a disposição inadequada de esgotos urbanos e industriais, o uso de fertilizantes e praguicidas na agricultura e contaminação por resíduos da aqüicultura.

 

  • Nas Bacias Metropolitanas, os principais problemas ambientais encontrados são precisamente de origem antrópica. No caso dos poços localizados no cristalino, percebe-se altas concentrações de cloretos e contaminação bacteriológica das águas. Os problemas de baixa pressão nas redes de abastecimento ocasionam falta d’água em algumas regiões da Bacia Metropolitana, e os sistemas necessitam de ampliação em locais para atender as demandas atuais e futuras.
  • Os problemas ambientais encontrados na Bacia Hidrográfica do Acaraú são também de origem antrópica. Com relação às águas subterrâneas localizadas no domínio Cristalino, apenas os municípios de Forquilha, Graça, Hidrolândia, Ipu, Pacujá e Varjota possuem águas subterrâneas com qualidade para consumo humano sem tratamento preliminar. Uma das principais causas do declínio da qualidade da água dos reservatórios é a eutrofização, desencadeada, principalmente pelas contribuições de nutrientes provocadas pelas atividades antrópicas e que atuam ao longo de toda a bacia hidrográfica. 
  • Na Bacia Hidrográfica do Salgado os problemas ambientais são também de origem antrópica. A qualidade de águas apresenta um estado preocupante: com exceção ao reservatório Thomas Osterne, todos os reservatórios da bacia possuem alto nível de eutrofização. 

 

Índice de atendimento de água dos municípios da Bacia Hidrográfica da RMF

 

 

Índice de atendimento de água dos municípios da Bacia do Acaraú

Índice de atendimento de água dos municípios da Bacia do Salgado

Fonte: ACQUATOOL CONSULTORIA, 2016 

 

Em todo caso, o consumo de águas de fontes não regularizadas tem associado um risco de consumo de águas contaminadas (quer seja eventualmente, momentaneamente ou permanentemente). Atualmente, aproximadamente 300.000 pessoas na Bacia Metropolitana (7% do total) moram em imóveis sem ligação com as redes de abastecimento; na Bacia do Acaraú são 221.000 pessoas (27% da população); e na Bacia do Salgado são 213.000 pessoas (22% da população). A síntese ao nível municipal mostra-se na seguinte tabela, e os dados completos estão disponíveis como anexos para cada Bacia.

O consumo de águas de fontes não regularizadas tem associado um risco de consumo de águas contaminadas, quer seja eventualmente, momentaneamente ou permanentemente. Atualmente, aproximadamente 300.000 pessoas na Bacia Metropolitana (7% do total) moram em imóveis sem ligação com as redes de abastecimento; na Bacia do Acaraú são 221.000 pessoas (27% da população); e na Bacia do Salgado são 213.000 pessoas (22% da população).

A água é um bem público indispensável para a vida e sua importância para a saúde pública é largamente reconhecida; porém, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água tratada, entre as quais 19 milhões residem no Brasil. A metodologia consiste em avaliar o custo de a ausência de água potável. Esta aproximativa assume que o custo do subministro de água (potabilização e transporte) equivalente no mínimo ao valor social desta água para os cidadãos, porque estes cidadãos estão dispostos a pagar esse valor pelo ativo.

O valor do m3 de água assimila-se à tarifa de comercialização no Estado de Ceará, R$ 3,16 por m3. O valor social desta água potável vai ser bem maior no caso de contaminação severa dos recursos ou acontecimento de um surto de epidemia. Para considerar isso, aplica-se uma segunda valoração para a fração da água destinada para o consumo de bebida (1 litro de água por pessoa e dia). Para a bebida, considera-se que os indivíduos podem tomar medidas preventivas ou corretivas que reduzam os efeitos da degradação ambiental.

No caso de tomar medidas corretivas a avaliação também considera este comportamento defensivo como um custo ou uma economia adicional. Neste caso, considera-se que alguns indivíduos vão comprar água em garrafas ou galeões para bebida, outros irão utilizar filtros de barro, estabelecidas de acordo com os diferentes níveis de renda da população não ligada à rede de abastecimento. Nesta análise atribui-se um custo econômico a todos os domicílios que consomem água de outras origens que não a rede de abastecimento (por exemplo, poços e chafarizes não normalizados). Obviamente, nem todos estes domicílios estão consumindo águas contaminadas, mas as condições sanitárias dessas águas não podem ser garantidas e pode-se supor um risco potencial para a saúde.

O risco para a saúde das pessoas derivado do consumo de águas de fontes não regularizadas é valorado em R$ 120 milhões anuais aproximadamente. Caso venha a ocorrer um surto epidêmico por causa da contaminação desses poços ou fontes. O custo derivado do hábito de compra de água em garrafas duma parte da sociedade não é em absoluto desprezível, já que poderia ascender até R$ 55 milhões adicionais cada ano.

O objetivo das administrações teria que ser a universalização das ligações às redes de abastecimento, isso é atingir 100%, ou quando o consumo se faz desde uma fonte de água sem ser ligada a uma rede de distribuição pública, é requerido um tratamento das águas prévio ao consumo, atendendo a todos os requisitos relacionados na legislação vigente.

 

Consultar a tabela de dimensão média das famílias nos municípios das Bacias

Consultar a tabela de pessoas sem ligação às redes de abastecimento de água regularizadas