As perdas derivadas da degradação das terras por causas da erosão, das queimadas, das práticas agrícolas inadequadas e da "artificialização" dos solos é estimada nas bacias estudadas em R$ 120 milhões anuais. O impacto da degradação dos solos é maior, exigindo esforços para uma migração para práticas agrícolas mais sustentáveis.
Há consenso entre os especialistas de que há uma grande quantidade de terra degradada ou terra em processo de degradação ou desertificação no Brasil. No entanto, há discrepância em relação à sua quantificação.
A taxa de erosão hídrica no Brasil foi estimada entre 600 e 800 milhões de t/ano, mas as contribuições de diferentes atividades agrícolas que somam a este enorme montante não são bem compreendidos de acordo como os autores, dificultando a definição de políticas efetivas para o controle da erosão. Informações provenientes do Departamento de Silvicultura do Ministério do Médio Ambiente sugerem que há 140 milhões de hectares de terra degradada no Brasil, sendo, aproximadamente, 30 milhões de pastagens. A Fundação Getulio Vargas, no entanto, informa que existem 52,3 milhões hectares de pastagens degradadas.
Boa parte dos municípios do Ceará passa por processos de degradação grave (88) ou moderado (18). Quando há uma mudança em um insumo ambiental, isso pode levar a uma mudança na quantidade produzida. Por exemplo, no caso da erosão do solo pode haver um declínio associado no volume de colheitas realizadas.
No Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Águas (2009) estima-se que a perda de nutrientes por erosão resultou em uma perda de US $ 3,6 bilhões/ano na federação inteira. Se, além disso, levarmos em conta "o efeito da erosão sobre a depreciação da terra e outros custos”, essa perda seria de US$ 6 bilhões/ano. Quanto maior o solo exposto, maior o risco de erosão. Dados oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicavam em 2000/2001 que as perdas de grãos no Brasil por erosão dos solos atingiram um índice de 10%, cerca de 9,8 milhões de toneladas. Um outro estudo do Banco Mundial e do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres Naturais da Universidade Federal de Santa Catarina estabeleceu que no período entre 1995 e 2014 os prejuízos sobre a agricultura da região Nordeste derivados de desastres naturais, eminentemente da seca, diminuíram as receitas da agricultura em 26,4%.
As bacias do rio Salgado e do rio Acaraú são as áreas mais afetadas por processos degradação da terra e desertificação, com mais de 25% da área comprometida do ponto de vista ambiental. A severidade da degradação atingida é constatada a partir da devastação da cobertura vegetal nativa e intensidade dos fenômenos erosivos, conforme se observa a partir da análise das imagens orbitais e verificação no campo. As perdas derivadas da degradação das terras nas bacias estudadas, por causas do desmatamento, da erosão, das queimadas, das práticas agrícolas inadequadas e da “artificialização” dos solos é estimada em R$ 120 milhões anuais.
A degradação das terras agrícolas é difícil de determinar no plano espacial. Neste relatório foi valorada a perda de produtividade agrícola como uma porcentagem fixa da produção agrícola atual de cada município. Esta simplificação implica supor que a degradação dos solos afeta todas as áreas geográficas do estado de igual modo, o que, dificilmente, é assim. Mas, não é possível maior detalhe a partir das informações disponíveis. O valor da estimativa baseia-se no fato de que se manifesta o impacto da degradação dos solos nas áreas onde as economias agrícolas têm um peso maior, exigindo esforços para uma migração para práticas agrícolas mais sustentáveis.
Testemunhas de espécies nobres da Caatinga foram constatadas no decorrer dos trabalhos de campo. Tendo em vista este fato, é do máximo interesse a realização de pesquisas com o objetivo de recuperar as áreas degradadas susceptíveis à desertificação, a partir das referidas espécies vegetais.
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