Os municípios da Bacia Hidrográfica da RMF todos possuem baixíssimos índices de coleta e tratamento de efluentes (menos de 50%), com exceção da capital. Na Bacia Acaraú, dos 27 municípios que compõem a bacia, mais da metade não dispõem de nenhum tipo de rede de esgoto. Na Bacia do rio Salgado, as taxas de cobertura podem ser consideradas precárias com 10 municípios sem nenhum tipo de rede de esgoto dos 23 que compõem a bacia.
Assumem-se para o âmbito de estudo umas perdas das rede de esgoto de pelo menos em torno a 40% de perdas, se não mais. O valor das perdas da rede de esgoto é pouco conhecido, mas esse nível é semelhante ao índice de perdas das redes de abastecimento.
O custo da degradação ambiental por causa de esgoto jogado no ambiente é avaliado através do seu valor de reposição, que aqui se associa ao custo de tratar o esgoto, valorado mediante a tarifa de esgoto no Ceará (R$ 3,33 / m3). Estima-se que o custo anual derivado do esgoto não tratado no âmbito de estudo pode situar-se entorno a R$ 415 milhões. Os custos infringidos ao meio ambiente, pagos por toda a sociedade relativos aos setores de abastecimento de água potável e esgotamento são da mesma ordem de grandeza dos custos dos investimento necessários para universalizar esses serviços e, consequentemente, zerar ou reduzir drasticamente estes custos associados com a degradação ambiental seria socialmente e economicamente mais correto.
Um estudo recente aponta que só o impacto do esgoto não tratado em áreas rurais do Brasil poderia ser responsável por 250 mortes e 5,5 milhões de infeções causados por doenças diarreicas anualmente e pela poluição de cursos de água (129 mil toneladas de resíduos jogados em rios e lagos). O mesmo estudo apresenta que de cada real (R$ 1,0) investido na implementação de alternativas tecnológicas como fossas sépticas poderiam causar um retorno para a sociedade de R$ 1,60 em renda interna bruta.
Recentemente, a CAGECE, concessionária dos Serviços de Água e Esgoto da maioria dos municípios cearenses, concluiu estudos relativos ao Plano Municipal de Saneamento Básico de Fortaleza nas suas componentes de água e esgoto. Este estudo concluiu que os investimentos necessários para universalização dos serviços públicos de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário apresentam custos unitários da seguinte ordem:
• Investimento mínimo entre:
“.... R$ 450 – R$ 750/habitante para a instalação de novos sistemas de abastecimento de água e, entre 40%-65% desse valor quando se trata de expandir o sistema devido ao crescimento demográfico"
• Investimento máximo entre:
“.... R$ 800 – R$ 1.000/habitante para a instalação de novos sistemas de esgotamento sanitário”