O consumo de águas de fontes não regularizadas tem associado um risco de consumo de águas contaminadas, quer seja eventualmente, momentaneamente ou permanentemente. Atualmente, aproximadamente 300.000 pessoas na Bacia Metropolitana (7% do total) moram em imóveis sem ligação com as redes de abastecimento; na Bacia do Acaraú são 221.000 pessoas (27% da população); e na Bacia do Salgado são 213.000 pessoas (22% da população).

A água é um bem público indispensável para a vida e sua importância para a saúde pública é largamente reconhecida; porém, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água tratada, entre as quais 19 milhões residem no Brasil. A metodologia consiste em avaliar o custo de a ausência de água potável. Esta aproximativa assume que o custo do subministro de água (potabilização e transporte) equivalente no mínimo ao valor social desta água para os cidadãos, porque estes cidadãos estão dispostos a pagar esse valor pelo ativo.

O valor do m3 de água assimila-se à tarifa de comercialização no Estado de Ceará, R$ 3,16 por m3. O valor social desta água potável vai ser bem maior no caso de contaminação severa dos recursos ou acontecimento de um surto de epidemia. Para considerar isso, aplica-se uma segunda valoração para a fração da água destinada para o consumo de bebida (1 litro de água por pessoa e dia). Para a bebida, considera-se que os indivíduos podem tomar medidas preventivas ou corretivas que reduzam os efeitos da degradação ambiental.

No caso de tomar medidas corretivas a avaliação também considera este comportamento defensivo como um custo ou uma economia adicional. Neste caso, considera-se que alguns indivíduos vão comprar água em garrafas ou galeões para bebida, outros irão utilizar filtros de barro, estabelecidas de acordo com os diferentes níveis de renda da população não ligada à rede de abastecimento. Nesta análise atribui-se um custo econômico a todos os domicílios que consomem água de outras origens que não a rede de abastecimento (por exemplo, poços e chafarizes não normalizados). Obviamente, nem todos estes domicílios estão consumindo águas contaminadas, mas as condições sanitárias dessas águas não podem ser garantidas e pode-se supor um risco potencial para a saúde.

O risco para a saúde das pessoas derivado do consumo de águas de fontes não regularizadas é valorado em R$ 120 milhões anuais aproximadamente. Caso venha a ocorrer um surto epidêmico por causa da contaminação desses poços ou fontes. O custo derivado do hábito de compra de água em garrafas duma parte da sociedade não é em absoluto desprezível, já que poderia ascender até R$ 55 milhões adicionais cada ano.

O objetivo das administrações teria que ser a universalização das ligações às redes de abastecimento, isso é atingir 100%, ou quando o consumo se faz desde uma fonte de água sem ser ligada a uma rede de distribuição pública, é requerido um tratamento das águas prévio ao consumo, atendendo a todos os requisitos relacionados na legislação vigente.

 

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