Impacto econômico das bacias

O custo total agregado da degradação ambiental nas Bacias Hidrográficas do Ceará estima-se acima dos R$ 2,8 bilhões anuais, 3,24% do seu PIB agregado. Particularmente o custo é estimado em R$ 1.160 milhões anuais na Bacia Metropolitana, em R$ 749 milhões anuais na Bacia Acaraú e em R$ 903 milhões anuais na Bacia Salgado. Isso é um 2,21% do PIB dos municípios da Bacia Metropolitana, um 10,98% do PIB da Bacia Acaraú e um 11,61% do PIB da Bacia Salgado. 

 

As figuras a seguir mostram o custo da degradação ambiental nos diferentes setores, para as três Bacias estudadas.

Impacto econômico das Bacias Metropolitanas

 

Impacto econômico da Bacia Acaraú

 

Impacto econômico da Bacia do Salgado

 

 

 

O custo mais relevante corresponde à valoração das funções ambientais perdidas pelodesmatamento da Caatinga(funções de aprovisionamento, de regulação ambiental, e valores culturais). Este custo representa R$ 550 milhões anuais na Bacia Metropolitana, R$ 500 milhões na Bacia Acaraú e R$ 625 milhões na Bacia Salgado. Nas Bacias com um caráter mais rural como a Bacia do Acaraú e a Bacia do Salgado, esse custo representa a maior parte do custo ambiental, um 66% e um 69% respectivamente. Na Bacia Metropolitana o custo do desmatamento só representa entorno de 35% do custo total da degradação ambiental.

 

O custo derivada das falhas na coleta do esgoto é o segundo impacto mais importante. Essas falhas do sistema estão vinculadas a moradias não ligadas às redes de esgoto sanitário nem com instalações de fossa séptica, e a problemas vinculados as perdas das redes de saneamento. No conjunto do Ceará, a taxa de atendimento do esgoto nas áreas urbanas está entorno de 40%, mas nas áreas rurais pratica-mente não à coleta de esgoto. Concretamente, foi detectado que 41% da população da Bacia Metropolitana está jogando o esgoto no ambiente inadequa-damente (1,7 milhões de pessoas) e esse custo ascende ao 25% do total do custo da degradação ambiental; aproximadamente 65% da população nas bacias hidrográficas do Acaraú e do Salgado não tem atendimento das redes de esgoto (550mil e 600mil pessoas respectivamente em cada bacia) e esse custo atende nestas bacias de 12% do custo total da degradação ambiental.

 

O custo das emissões de poluentes e de gases do efeito estufa são especialmente importantes nas áreas mais urbanas, em particular na Bacia Metropolitana, onde têm um peso de entorno a 25% dos custos da degradação ambiental. São em síntese os custos das emissões de GEE produzidas pelas atividades industriais e da economia de serviços, incluindo o transporte, e custo das emissões de contaminantes causadas pelo tráfego veicular e a produção de energia. As emissões de GEE derivadas do agropecuário, que se estimam podem representar entrono aos 70% das emissões de GEE do Brasil, estão principalmente incluídas nos custos derivados do desmatamento. Nas Bacias do Acaraú e do Salgado, essas emissões representam só entorno aos 12% dos custos da degradação ambiental.

 

A tabela a seguir estima a população afeitada pelos diferentes impactos considerados.

  

  Baixar os dados de Síntese de custos associados à degradação ambiental.