
REDE CAIÇARA DE TURISMO COMUNITÁRIO CONTEMPLA COMUNIDADES DE PARANAGUÁ
A Rede Caiçara de Turismo Comunitário nasceu de um projeto ambiental do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) com o objetivo de promover o desenvolvimento das comunidades da Baía de Paranaguá, valorizando a cultura, a culinária e os atrativos locais e contribuindo para o sustento das famílias que habitam a comunidade.
De acordo com Ytalo Augusto Rosa dos Santos, estudante de gestão de turismo e responsável pela operacionalização da Rede, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) apresentou, em 2013, um projeto de desenvolvimento de turismo comunitário na Baía de Paranaguá como medida de compensação ambiental nas comunidades de Eufrasina, Piaçaguera, São Miguel, Ponta do Ubá e Ilha dos Valadares. No período de janeiro daquele ano até junho de 2014, um grupo formado por 62 pessoas recebeu a capacitação. Ao todo, foram realizadas 52 horas de curso.
A Rede Caiçara, como é mais conhecida, passou a atuar de forma autônoma em relação à TCP, e tem um funcionamento simples: cada comunidade possui um grupo de ´anfitriões´ capacitados para receber o visitante. Oferecem almoço típico, hospedagem familiar ou casa para alugar, oficinas (cestaria), passeios e condução de trilhas. Os anfitriões têm autonomia para receber ou não visitantes em casa. O ideal para quem quer usufruir do “cardápio turístico” – como é chamado o que cada comunidade tem a oferecer como atração – é reservar com antecedência mínima de uma semana, cita Ytalo, responsável também pelo agendamento das reservas da Rede Caiçara de Turismo Comunitário.
O “cardápio turístico” contempla trekking, passeio de canoa caiçara e de caiaque, trilhas, pescarias, exploração do manguezal, visita à Ilha da Banana e ao Morro do Careca, oficina de cestaria e muito mais que pode ser conferido no site da Rede. Almoço típico, seguido de um bom café caiçara, ouvindo as histórias e as lendas contadas pelos nativos e que permeiam o imaginário local, faz parte do roteiro gastronômico.
A nova atualização do Mapa do Turismo Brasileiro, divulgada pelo Ministério do Turismo no início do ano, destaca as cidades de Paranaguá e Pontal do Paraná como de maior vocação turística. O mapa é usado pelo Ministério do Turismo como base para investimentos na infraestrutura turística, conseguindo apontar quais destinos têm maior ou menor potencial. A vocação existe e é preciso empreender, por isso Ytalo destaca: “Vejo o turismo, como este que estamos fazendo com a Rede, como um fator gerador de renda extra. É viável, entendendo que o princípio é o pescador tradicional não deixar de pescar para viver apenas do turismo, mas sim fazer dessa outra atividade um complemento de renda”.
A Rede Caiçara trouxe, para além de resultados positivos, a volta ao “pertencimento à comunidade, ao orgulho de ser nativo”. Integrantes da Rede relatam que mudaram a concepção de vida em comunidade e expandiram seus horizontes. Hoje, valorizam a troca cultural entre visitantes e comunidade. Esta abertura trouxe reflexos benéficos e a Rede já está com planos definidos para se expandir para outras comunidades litorâneas. Alcançar o desenvolvimento sustentável dessas comunidades sem perder as características intrínsecas de cada uma delas (Eufrasina, Piaçaguera, São Miguel, Ponta do Ubá e Ilha dos Valadares), garantir a renda extra a seus moradores e, principalmente, dar ocupação aos mais jovens, fazendo com que permaneçam em suas comunidades é o propósito da Rede Caiçara.
Para Beatriz Cabral, docente da UFPR Litoral, “Com a participação dos representantes da Rede Caiçara no curso de extensão Anfitriões do Litoral, há uma tendência dela em se aproximar de outros grupos de turismo de base comunitária do litoral, como o Grupo Guarapés, da Baía de Guaratuba, e o recém-criado Grupo Guaraguaçu, de Guaraqueçaba. É uma iniciativa que fortalece a comercialização e a organização das pessoas envolvidas no turismo de base comunitária da região”.
SAIBA MAIS
Eufrasina está localizada no contraforte da Serra do Mar, em frente do porto de Paranaguá, e faz parte do continente. O acesso é por barco e fica a uma hora de Paranaguá e a uma hora e quinze minutos de Antonina. Com a natureza bem preservada, o local é idílico. A fonte de renda dos moradores vem da pesca e da coleta de ostras.
Piaçaguera é uma comunidade pesqueira que se localiza à frente da Ilha da Cotinga e ao Terminal de Contêineres de Paranaguá. A natureza exuberante, um sambaqui indígena e visita à igreja local datada do início do século 20 são o ponto alto da comunidade.
São Miguel está distante a 14 km da cidade de Paranaguá e o acesso é por meio marítimo. Os moradores da comunidade têm como principal atividade econômica a pesca artesanal e o descarne de siris (desmariscar). O artesanato também é fonte de renda local. São produzidos cestos de cipó e junco. A comunidade preserva a tradição caiçara, principalmente a festa da Folia do Divino.
Ponta do Ubá é uma comunidade formada por famílias de pescadores e localiza-se na parte central do Complexo Estuarino de Paranaguá, no continente.
Ilha dos Valadares está ligada a Paranaguá por uma passarela intitulada Antônio José Sant’Anna Lobo. O acesso também pode ser por barco, cruzando o rio Itiberê. É considerada rica em história e cultura e remanescente da preservação da cultura caiçara.
Serviço:
Rede Caiçara de Turismo Comunitário
Contato: (41) 98454-9866 / tursustentavel@gmail.com
https://redecaicara.files.wordpress.com
Fonte: Comunicação do PDS_Litoral.